Fábula da convivência
Há milhões de anos,
durante uma era glacial, quando parte de nosso planeta esteve coberto
por grandes camadas de gelo, muitos animais, não resistiram ao frio intenso
e morreram, indefesos, por não se adaptarem às condições.
Foi, então, que uma grande quantidade de porcos-espinho, numa tentativa
de se proteger e sobreviver, começaram a se unir, juntar-se mais e mais.
Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos,
bem unidos, agasalhavam uns aos outros, aqueciam-se mutuamente, enfrentando
por mais tempo aquele frio rigoroso.
Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros
mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele
calor vital, questão de vida ou morte. E afastaram-se, feridos, magoados,
sofridos. Dispersaram-se, por não suportarem mais tempo os espinhos dos
seus semelhantes. Doíam muito...
Mas essa não foi a melhor solução! Afastados, separados, logo começaram
a morrer de frio, congelados. Os que não morreram voltaram a se aproximar
pouco a pouco, com jeito, com cuidado, de tal forma que, unidos, cada
qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente
para conviver sem magoar, sem causar danos e dores uns nos outros.
Assim, suportaram-se, resistindo à longa era glacial. Sobreviveram.
É fácil trocar palavras, difícil é interpretar o silêncio!
É fácil caminhar lado a lado, difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto, difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos, difícil é reter o calor!
É fácil conviver com pessoas, difícil é formar uma equipe!
(Autor desconhecido)
Para sermos uma equipe, "precisamos descobrir a alegria de conviver"
(Carlos Drummond de Andrade)
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