Sem mais lástimas (Lúcio Ramos poeta de Taboão da Serra)
Se alguém perguntasse como eu estou, eu diria que não sinto mais a chuva cair sobre mim. Hoje a chuva lava a dor. E se esse mesmo alguém não acreditasse em tudo que eu dissera, eu lhe falarei que as nuvens cinzas das tempestades de outrora, já não me impedem de ver o sol... o meu sol, pois eu já não me cego com as luminosidades fugazes e exteriores de mentiras, há tempos já escurecidas pelas sombras humanas.
Eu sei e creio. Eu sei que devo acreditar em mim. Devo ser quase tudo que preciso ser. Há sim alguma coragem em meu medo. Há sim alguma coisa pra eu me apoiar dentro da minha insegurança. E há também dois olhos luminosos que me observam por esse mundo negro, onde tenho de viver. E são em instantes como este, que me lembro que existe alguém olhando por mim, e ele não está longe ... Está dentro de mim e por toda a parte onde quiser estar, pois toda a parte é o que ele quiser e nós seremos o que puder para que possamos ser parte pura e ativa da parte superior.
Eu posso lhe ajudar sem pudor algum. Levemente lhe estenderei a mão. Agarre-a e venha. Agora não há lástimas ou qualquer outra palavra triste que rime com lágrimas. Sinta o calor fraterno do meu corpo e a paz do meu espírito. Aqui não há escuridão ou sombras. Não há sob sombra de dúvida. A sombra é a incerteza. A luz é a sabedoria interior. |
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